Andanzas guiadas
Desde 2017 vengo andanzando por Paulínia para entender con el cuerpo esa ciudad. Para reconstruirla al pisar el suelo. Para bailar en varios de sus lugares. Para ella ser también un poco mía. Siempre en movimiento.
Esta creación en danza (en proceso) se basa en las experiencias de una investigación artística y científica [1] acerca de las especificidades de un trabajo de danza contextual que tiene como temática el caminar en la ciudad como acción danzante y práctica estética, investigando la carencia y la presencia de lugares para danzar en la ciudad de Paulínia (São Paulo - Brasil).
Las ciudades conforme hoy las experimentamos “representan no sólo el punto de unión económico, político, cultural y social de la modernidad, sino también el lugar simbólico que manifiesta con mayor claridad su complejidad, su carácter contradictorio y su fragilidad” [2], permitiendo que conceptos urbanos y la experiencia que se tiene de ciudad operen entrelazados, haciendo con que las estrategias de poder sean visibles en órdenes estructurales o perceptibles en las relaciones cotidianas.
Ante la construcción de una sociedad del espectáculo [3] desde estrategias de marketing en la ciudad de Paulínia, ocasionando un proceso de anulación del cuerpo [4], los laboratorios artísticos en la ciudad y los registros escritos y de imágenes - realizados desde agosto de 2017 - me han permitido lanzar hipótesis acerca de cómo se da el potencial transformador de la danza en las maneras que el cuerpo-ciudadano puede habitar el espacio urbano. Partiendo de tres núcleos investigativos - la respiración como una manera de potenciar la consciencia corporal y la presencia; la relación entre cuerpo y espacio, percibida a través del toque y de la mirada; y la combinación entre los actos de caminar y parar -, he realizado recorridos individuales y colectivos en la ciudad de Paulínia, tratando de comprender la naturaleza coreográfica del acto de caminar.
Después de las primeras andanzas guiadas, compartidas en julio/2018 con un público participante, puede-se creer que, en un proceso de relación entre la experiencia corporal y el referencial teórico, las andanzas no se tratan solamente de una estrategia de investigación o de un dispositivo performativo; sino también de un acto de percepción y creación del territorio y del proprio cuerpo, acto que favorece la autonomía y la abertura al encuentro. El trabajo tendrá sus últimas presentaciones vinculadas a esta investigación específica en octubre/2018.
[1] La investigación es intitulada “Andanças guiadas em Paulínia: uma investigação sobre o caminhar na cidade como ação dançante e prática estética”, orientada por la Profesora Doctora Ana Maria Rodriguez Costas, ubicada en el Instituto de Artes de la Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) y actualmente financiada por la Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
[2] ROYO, Victoria Pérez. A Bailar a La Calle: danza contemporánea, espacio publico y arquitetura. 2008.
[3] DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. 1997.
[4] JACQUES, Paola Berenstein. Elogio aos errantes. 2012.
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Laís Rosa es artista de la danza y escritora, graduada en Lingüística y está graduándose en Danza (UNICAMP - São Paulo - Brasil). En los últimos cinco años ha realizado trabajos de creación e interpretación de danza contemporánea dentro y fuera de la universidad. Durante ese período, también integró colectivos interdisciplinarios de producción cultural. Desde 2017, desarrolla una investigación artística y científica sobre el caminar en la ciudad como acción danzante.
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Andanças guiadas
Desde 2017 venho andançando por Paulínia para entender com o corpo essa cidade. Para reconstruí-la no pisar o chão. Para dançá-la em vários de seus lugares. Para ela ser também um pouco minha. Sempre em movimento.
Esta criação em dança (em processo) advém das experiências de uma pesquisa artística e científica [1] sobre as especificidades de um trabalho de dança contextual que tem como temática o caminhar na cidade como ação dançante e prática estética, investigando a ausência e a presença de lugares para dançar na cidade de Paulínia (São Paulo - Brasil).
As cidades, de modo geral, conforme as experimentamos hoje, “representam não só o ponto de união econômico, político, cultural e social da modernidade, mas também o lugar simbólico que manifesta com maior clareza sua complexidade, seu caráter contraditório e sua fragilidade” [2], permitindo que conceitos urbanos e a experiência que se tem de cidade operem entrelaçados, fazendo com que as estratégias de poder sejam visíveis em ordens estruturais ou perceptíveis nas relações cotidianas.
Pode-se dizer, então, que a construção de uma sociedade do espetáculo [3] a partir de estratégias de marketing na cidade de Paulínia, especificamente, ocasionou um processo de anulação do corpo [4]. Diante disso, os laboratórios artísticos na cidade e os registros escritos e de imagens - que estão em curso desde agosto de 2017 - me permitiram lançar hipóteses sobre como se dá o potencial transformador da dança nos modos com que o corpo-cidadão pode habitar o espaço urbano. Partindo de três núcleos investigativos - a respiração como uma maneira de potencializar a consciência corporal e a presença; a relação entre corpo e espaço, percebida através do toque e do olhar; e a combinação entre os atos de caminhar e parar -, realizei errâncias urbanas individuais e compartilhadas, procurando compreender a natureza coreográfica do ato de caminhar.
Após as primeiras andanças guiadas, compartilhadas em julho de 2018 com um público participante, pode-se acreditar que, em um processo de relação entre a experiência corporal e o referencial teórico, as andanças não se tratam somente de uma estratégia de investigação ou de um dispositivo performativo; mas também de um ato de percepção e criação do território e do próprio corpo, ato que pode favorecer a autonomia do indivíduo e sua abertura ao encontro. O trabalho terá suas últimas apresentações vinculadas a essa pesquisa específica em outubro/2018.
[1] A pesquisa intitulada “Andanças guiadas em Paulínia: uma investigação sobre o caminhar na cidade como ação dançante e prática estética”, orientada pela Professora Doutora Ana Maria Rodriguez Costas, do Departamento de Artes Corporais do Instituto de Artes da UNICAMP, é atualmente financiada pela Fundação de Amparo à pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
[2] ROYO, Victoria Pérez. A Bailar a La Calle: danza contemporánea, espacio publico y arquitetura. 2008.
[3] DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. 1997.
[4] JACQUES, Paola Berenstein. Elogio aos errantes. 2012.
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Laís Rosa é artista de dança e escritora, graduada em Linguística e graduanda em Dança (UNICAMP - São Paulo - Brasil). Nos últimos cinco anos, tem realizado trabalhos de criação e interpretação em dança contemporânea dentro e fora da universidade. Durante esse período, também integrou coletivos interdisciplinares de produção cultural. Desde 2017, desenvolve uma pesquisa artística e científica sobre o caminhar na cidade como ação dançante.